quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Guardiões da Galáxia



ALERTA DE SPOILER



Recentemente, em entrevista, definido por Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) como o melhor filme da Marvel, Guardiões da Galáxia (2014) de fato impressiona, por apresentar anti-heróis como protagonistas. Peter Quill, Groot, Rocket, Gamora e Drax são personagens que se mostram mais "humanos" (já que são extraterretres) e imperfeitos - com direito a bocejar, ajeitar a calça e acordar com a cara amassada - que a maioria dos super-heróis de filmes como Capitão América. Na verdade, uma das cenas mais marcantes do filme ironiza o heroísmo e a bravura excessivos, como uma crítica aos próprios filmes da Marvel.

O filme aposta no humor, da primeira à última cena, como estratégia (muito bem-sucedida) de conquistar o público. Algumas cenas ficarão para a história da Marvel, como a que o pequeno Groot dança ao som de Jackson Five. A trilha sonora, aliás, é mais um ponto alto na produção do longa: é composta de músicas pop americanas que foram lançadas entre a década de 60 e 80, que contribuem para arrancar sorrisos e risadas dos espectadores, quando combinadas a cenas e falas de humor ou fofura.



O elenco se destaca por figuras como Vin Diesel (Velozes e Furiosos) dando voz ao amável Groot e Bradley Cooper (Se Beber, Não Case) como o revoltado guaxinim Rocket Racoon. Chris Pratt faz um bom trabalho como o "herói" Peter Quill, enquanto David Bautista, que interpreta Drax, traz boas piadas, apesar de não chamar muita atenção. Já a Gamora de Zoe Saldana (que está em Avatar, o que mostra sua experiência em trocar de cor) parece um pouco esquisita com a pele verde, e mantém a atuação razoável. O filme também conta com a participação de Michael Rooker (Merle Dixon de The Walking Dead) como Yondu Udonta.

Para quem estava ansioso para ver como seria a versão do vilão Thanos para os cinemas, com certeza não se decepcionou. Algumas pequenas modificações foram feitas, mas continua bem fiel ao quadrinhos. Com apenas poucos minutos de participação, é possível saber que será ele quem tomará a cena de Os Vingadores 3. O visual do vilão Ronan também se manteve bem fiel, com apenas a mudança da cor de sua roupa.

Um dos aspectos mais comentados sobre a produção foi a cena pós-crédito, em que o Pato Howard, do filme Howard, o Super-Herói, aparece, talvez indicando uma futura participação do personagem na continuação de Guardiões da Galáxia. Sim, a frase em letras bem grandes "Os Guardiões da Galáxia voltarão", no final do filme, deixou bem claro que as aventuras de Peter, Groot, Rocket, Gamora e Drax não terminaram - o que foi confirmado pela produção do filme na Comic-con. Para quem ficou ansioso, o segundo longa já ganhou até data de estreia: 27 de julho de 2017.



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Hércules


ALERTA DE SPOILER


Todas as crianças conhecem a história do Hércules, graças à animação feita pela Disney em 1997, que conta a história dos famosos 12 trabalhos. Dessa vez, não faremos comparação com os filmes mais antigos que também contaram a história do semi-deus, mas vou abrir um parêntesis para dizer que o estrelado por Kellan Lutz no início de 2014 foi horroroso.

Dirigido por Brett Ratner, o novo longa conta a história que sucede os 12 trabalhos. A maior falha do novo filme é a tentativa da desmistificação dos poderes do Hércules. Durante o filme, Hércules diz diversas vezes que as pessoas exageram em suas histórias, e que ele sempre teve ajuda de alguns companheiros, seu grupo de mercenários.

Os fãs da mitologia não vão gostar de algumas mudanças feitas no novo longa. O leão da Neméia não tem a pele impenetrável e - durante os créditos - é mostrado que o grupo de mercenários ajudou o herói durante seus 12 trabalhos, lançando flechas no leão ou dando uma mãozinha para que o semi-deus suba numa árvore antes de matar o javali de Erimanto. Além disso, a famosa Hidra de Lerna são homens que usam tal fantasia para assustar os inimigos. Ao mesmo tempo em que os monstros são mostrados falsos e que começamos a achar que Hércules é apenas um guerreiro normal, cenas como ele dando um soco tão forte que o cara é jogado a alguns metros ou ele se soltando de correntes - e quebrando as pilastras - são mostradas frequentemente, deixando a dúvida se ele é realmente um semi-deus ou não.



Independentemente de ser um semi-deus ou um humano, a escolha de Dwayne "The Rock" Johnson como Hércules foi boa. Após algum tempo de filme, dá pra se acostumar com a peruca, mas não deixa de ficar esquisito. Talvez uma das cenas mais memoráveis e que faria qualquer um soltar um "eita, porra" no meio do cinema, é uma das cenas finais, em que Hércules anda lentamente atrás de seu traidor, Euristeu, mostrando um porte físico digno do herói.






Mesmo com os clichês, Hércules é um filme que vale a pena ser assistido.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Planeta dos Macacos: O Confronto




ALERTA DE SPOILER

Após dez anos dos acontecimentos do primeiro filme do reboot da saga, Planeta dos Macacos: O Confronto mostra um César mais velho e rei - diferentemente do suposto rei César visto em A Batalha pelo Planeta dos Macacos, de 1973 -, enquanto grande parte da humanidade sofre com o vírus símio. Logo nas cenas de abertura, é mostrada a velocidade com que o vírus se espalhou, e o terror e desespero que ele causou no planeta.

O roteiro possui leves semelhanças com o quinto filme da saga original. Os humanos não foram completamente aniquilados, mas os que sobreviveram entraram em guerra com os macacos, que passaram a dominar. Enquanto os humanos lutam para sobreviver, César lidera os macacos, montando uma pequena cidade que lembra à do filme de 73, com a ajuda de Rocket (Terry Notary), o macaco que "recebeu" César no filme anterior, Maurice (Karin Konoval), o orangotango, e Koba (Toby Kebbell), o que era coberto de cicatrizes, que também foi visto em A Origem. 



Koba possui ódio pelos humanos, já que eles o maltrataram, vendo apenas o lado ruim deles. Enquanto César tenta evitar a guerra, o outro faz de tudo para ter sua vingança, fazendo até uma tentativa - que ao decorrer do filme se mostra falha - de matar seu rei, colocando todos os macacos contra os humanos. 

Novamente, a crítica volta, em um diálogo - feito por meio de sinais, já que os macacos ainda sentem dificuldade em falar - em que César diz que os humanos se mataram e se destruíram, e que com os macacos é diferente, pois lá eles são família. O lema visto nos filmes anteriores "macaco não mata macaco" é mostrado em uma cena em que Maurice ensina aos jovens chimpanzés, sendo reforçado por César e Koba. É reforçado tantas vezes, que no final do filme, é possível prever as últimas frases de Koba. Após uma luta violenta contra César, ele está para cair de uma grande altura e pede ajuda ao inimigo, dizendo o lema. César, então, diz que Koba não é um macaco, e logo após, o vilão da história morre.


Um dos nomes que mais chama atenção no elenco é o de Gary Oldman, mas no filme ele quase não é visto. O humano principal é Jason Clarke (vivendo o personagem Malcom), que tem uma boa atuação - não é nada que se destaque entre outros, mas também não falha hora alguma. O resto do elenco segue o mesmo esquema, e - talvez por não ter tido espaço suficiente no filme - Gary Oldman também deixa a desejar.



Andy Serkis - que exclui apresentações - está mais uma vez em uma atuação incrível. Não só conseguiu ser um excelente Gollum, King Kong e o próprio César ingênuo e que temia tudo, como agora ele é o rei. Por mais que sua presença e voz ponham ordem, Koba - que é uma espécie de Aldo do filme de 73 - obedece seu rei até um certo momento. 

Com bons efeitos especiais e a mesma crítica presente em todos os filmes da série (sendo cansativo em alguns dos filmes antigos) e também dando uma explicação mil vezes melhor para a destruição da raça humana - sendo no antigo dada pela morte dos cães e gatos, e os chimpanzés foram adotados como bichos de estimação, que depois se revoltaram - Planeta dos Macacos: O Confronto é o melhor da série - excluindo, é claro, o original de 68. 


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Especial: Os Melhores Filmes de Todos os Tempos

Volta e meia, quando se discute sobre cinema, a pergunta fatídica tende a aparecer: qual o melhor filme de todos os tempos? Obviamente, não há uma resposta fácil − e talvez nem mesmo uma difícil −, entretanto isso nunca impediu que críticos e fãs da sétima arte tentassem buscá-la, utilizando-se dos mais variáveis critérios e referências. No geral, as grandes publicações promovem votações, às vezes especializadas, às vezes entre um público mais amplo, para chegarem a uma conclusão que, todos sabem, é tão discutível e dinâmica quanto uma opinião sobre uma pintura de Dalí.

De qualquer modo, ainda que lhes falte uma absoluta (e inalcançável) confiabilidade, tais rankings podem inspirar e dar dicas sobre grandes filmes já rodados. Isso porque quesitos como boa direção, boa fotografia, atuações memoráveis e uma trilha sonora adequada não são tão relativos assim, e, geralmente, há um certo consenso sobre quais obras acabam se destacando. É por isso que vale a pena dar olhada nas listas publicadas de tempos em tempos, nem que seja para conferir se bate com seu gosto pessoal.

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Especial: Copa do Mundo - Parte III

A Copa do Mundo 2014 está chegando ao fim e, junto com ele, nosso especial sobre os filmes estrangeiros de países que tiveram seus times em campo. Caso você tenha perdido as publicações passadas, você pode acessar a parte I aqui e a parte II aqui. Hoje, vamos falar de quatro países e dos mais variados cantos do globo: dois deles da América Latina, um da Europa e outro da Europa e Ásia.


MÉXICO

El laberinto del fauno (2006) “O Labirinto do Fauno”


Diretor: Guillermo del Toro
Elenco: Ivana Baquero, Ariadna Gil, Sergi López

De todos os filmes da lista de hoje, este é provavelmente o mais conhecido. “El laberinto del fauno” fez um verdadeiro sucesso, tornando-se um dos filmes mais rentáveis do diretor mexicano Guillermo del Toro, que também foi o responsável por escrever o roteiro. A obra, considerada uma produção mexicana e espanhola, contou com a co-produção de Alfonso Cuáron, de “Gravidade” (2013) e “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004), e merece o mérito de ser um filme fora do circuito hollywoodiano e, ainda assim, apresentar efeitos especiais deslumbrantes. Apesar de não ter conquistado o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ao qual concorreu, levou as merecidas estatuetas de Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem – uma grande conquista para um filme de outro país. Na história, nós acompanhamos a pequena Ophelia, que descobre, através do Fauno, que precisa realizar três missões, a fim de conseguir acesso ao submundo – um lugar literalmente mágico. Tudo isso no sombrio cenário da Espanha fascista de 1944. É realmente imperdível.



ITÁLIA

Ladri di biciclette (1948) “Ladrões de Bicicletas”


Diretor: Vittorio De Sica
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell

Um clássico do cinema italiano e mundial. Quem também concorda com isso é o cineasta Woody Allen, que certa vez afirmou que este o “filme italiano mais superior e um dos maiores filmes do mundo”. “Ladri di biciclette” também ganhou um Oscar, o de Melhor Filme Estrangeiro, logo que essa categoria passou a ser premiada. Com um elenco de atores não-profissionais, a película em preto e branco surpreende por sua simplicidade e sensibilidade. A premissa não poderia ser mais singela: Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) e seu filho (Enzo Staiola) saem a procura de uma bicicleta que o homem usava para trabalhar e que havia sido roubada. Com apenas isso, fez-se essa obra-prima, que quase sempre aparece no topo da lista de críticos e diretores, como uma das maiores realizações da história do cinema.



CHILE

No (2012) “No”


Diretor: Pablo Larraín
Elenco: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers

O mais recente desta lista, deu um grande impulso ao cinema chileno, tendo tido uma ótima recepção de crítica e público. O “Não” do título é dirigido à permanência no poder por mais oito anos do ditador chileno General Augusto Pinochet, que já havia governado o país por 15 anos e resolveu, depois de muita pressão internacional, fazer um plebiscito para que a população decidisse sobre seu destino. Apesar do resultado real da votação poder ser facilmente descoberta em uma rápida pesquisa, isso em nada tira a graça do filme, o qual parece propositalmente ter sido filmado com uma câmera amadora. O enredo, na verdade, gira em torno de um publicitário de nome René Saavedra, interpretado pelo ator, diretor e produtor mexicano Gael García Bernal. Enquanto René tenta incentivar o povo a votar pelo “não”, tem que lidar com pessoas próximas a ele, como seu chefe, que lutam para promover a campanha pela permanência de Pinochet. Isso o obriga a adotar uma nova estratégia, bastante inusitada, que vale a pena ver o filme para conferir.



RÚSSIA

Bronenosets Potyomkin (1925) “O Encouraçado Potemkin”


Diretor: Sergei M. Eisenstein
Elenco: Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky, Grigori Aleksandrov

Este é daqueles filmes que você pode nem saber do que se trata, mas certamente já ouviu seu nome alguma vez na vida. Pois bem, “Bronenosets Potyomkin” (transcrição de “Броненосец Потёмкин”) é um dos maiores clássicos russos e uma das obras do país mais comentadas até hoje, sendo muitas vezes tido como um dos mais importantes filmes de todos os tempos. Seu diretor, Eisenstein, também é bastante famoso, principalmente pelo seu trabalho como cineasta soviético, além de ter participado da Revolução de 1917. A propósito, cabe a observação de que, quando a película foi filmada, a Rússia ainda era a União Soviética, que apenas se desfez em 1991. Com imagens bastante intensas e efeitos inovadores para a época, não deve incomodar o fato de que o filme, dividido em cinco partes, não tem nenhuma fala, já que em 1925 as vozes estavam apenas começando a ser introduzidas nos filmes. O encouraçado Potemkin do título é a embarcação onde acontece a revolta dos marinheiros, que estavam insatisfeitos com a maneira como eram tratados, a qual pode ser considerada uma rebelião precursora à própria Revolução Russa. Entre os temas abordados estão justamente o poder de uma revolta popular, tema pertinente ao momento histórico pelo qual o país passava. Merece destaque a icônica cena, no quarto ato, da escadaria de Odessa.

sábado, 28 de junho de 2014

Especial: Copa do Mundo - Parte II

Inglaterra já deixou a Copa, França continua na disputa, mas, independentemente do resultado, o Into Movies continua trazendo para vocês alguns ótimos filmes já feitos mundo afora. Caso tenha perdido a primeira parte, clique aqui para ler.

FRANÇA

Intouchables (2011) “Intocáveis”


Diretores: Olivier Nakache e Eric Toledano
Elenco: François Cluzet, Omar Sy, Anne Le Ny

“Intouchables” é um filme francês que alcançou bastante popularidade e não foi por acaso. A história mescla drama e comédia para tratar de forma humorada da relação entre Philipe (François Cluzet), um milionário paraplégico, e Driss (Omar Sy), seu cuidador. O choque social começa por este ser um senegalês que acabou de sair da prisão, após cumprir seis meses de pena, e não tem a menor experiência como auxiliar de alguém que precisa de cuidados especiais – inclusive para tomar banho. Ainda que um pouco desastrado, Driss acaba contagiando seu chefe com sua atitude irreverente e os dois acabam desenvolvendo uma bonita amizade. “Intouchables” é o filme francês mais rentável da história e a terceira maior bilheteria do país de origem, chegando a ser indicado ao Globo de Ouro.

La Môme (2007) “Piaf – Um Hino ao Amor”


Diretor: Olivier Dahan
Elenco: Marion Cotillard, Sylvie Testud, Pascal Greggory

“La Môme” estreou com uma fórmula que dificilmente poderia dar errado: propor-se a biografar uma das maiores cantoras francesas (se não a maior) de todos os tempos e tem como protagonista alguém do naipe de Marion Cotillard, hoje também conhecida por ter participado de “Inception” (“A Origem”) e “The Dark Knight Rises” (“Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”). Foi este filme, aliás, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Principal. O título original intriga quem não conhece muito bem a história de Édith Piaf: ele foi dado em razão do apelido da artista, nascida Édith Giovanna Gassion, ser La môme piaf, francês para “pequeno passarinho”. Para quem a via se apresentando, não era difícil descobrir o porquê do epíteto: Édith, apesar de sua aparência mirrada, tinha uma voz potente e encantadora, que até hoje pode ser ouvida reverberando por aí – muitos, inclusive, ainda a consideram a melhor intérprete de “La Vie em Rose” (que, aliás, é o título do filme em inglês). O fato é que “La Môme” não deixa a desejar, sendo bastante fiel aos acontecimentos da vida da cantora, do seu auge a sua decadência, com Marion representando quase que impecavelmente do início ao fim. Da trilha sonora, não precisa dizer nada, apenas que as canções são as originais na voz de Piaf. Ah, e para quem é fã do consagrado ator Gérard Depardieu, ele também faz uma ponta neste clássico do cinema francês do século XXI.

INGLATERRA

The Third Man (1949) “O Terceiro Homem”

Diretor: Carol Reed
Elenco: Joseph Cotten, Alida Valli, Orson Welles

Talvez seja um pouco complicado de entender, para quem ainda não teve a chance de assistir ao clássico britânico, como um filme noir, em preto-e-branco, lançado há mais de 60 anos, pode ser considerado por tantos críticos um dos melhores filmes já produzidos pela Terra da Rainha. Por outro lado, apenas ver o famoso Orson Welles, de “Citizen Kane” (“Cidadão Kane”) entre as estrelas do filme já pode servir de indício para o alto nível da película – embora ele apareça por poucos minutos. O enredo não é lá muito inovador: conta a história de Holly Martins (Joseph Cotten), um jornalista que resolve investigar a morte de seu amigo Harry (Orson Welles); no meio disso, claro, ele conhece uma bela mulher, Anna (Alida Valli), e compra inimizade com algumas autoridades que parecem não querer que o caso seja reaberto. Apesar de semelhante a outros thrillers, o “The Third Man” é uma grande obra que prende o espectador e não decepciona, não sendo exagero dizer que é um dos filmes mais interessantes da década de 40.

The 39 Steps (1935) “39 Degraus”


Diretor: Alfred Hitchcock
Elenco: Robert Donat, Madeleine Carroll, Lucie Mannheim

Mais um filme britânico com bastante ação, mas sem James Bond, desta vez dirigido pelo ilustre mestre do suspense Alfred Hitchcock. Apesar de Hitchcock ter se mudado para os Estados Unidos em 1939 (e posteriormente se tornado um cidadão estado-unidense), seu início de carreira foi na Inglaterra, onde inclusive nasceu e dirigiu algumas obras, entre elas “The 39 Steps”, tida em alta conta pelos críticos de cinema. Guardando algumas semelhanças com “The Third Man”, aqui também somos apresentados a um homem, Richard (Robert Donat), que está de férias em Londres e acaba se envolvendo com uma mulher agente de contraespionagem. Após um assassinato, porém, Richard passa a ser perseguido e, ao mesmo tempo em que precisa fugir, tenta desvendar todo o mistério. Uma curiosidade é que o diretor, a fim de trazer mais realismo a uma das cenas e aumentar a afinidade entre Robert Donat e Madeleine Carroll, os dois protagonistas, algemou-os juntos e, por várias horas, fingiu ter perdido as chaves. Neste filme, a propósito, é a primeira vez em que Hitchcock utiliza a técnica McGuffin, que basicamente consiste em um elemento da trama que parece central, mas que, na realidade, não tem verdadeira relevância. Vale a pena conferir!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Trailer e pôster de Fury, novo filme de Brad Pitt, são divulgados

O filme Fury ocorre no contexto da Segunda Guerra Mundial, e trata sobre a história de um grupo do exército americano que vai para o território alemão. Seu elenco conta com Brad Pitt, Logan Lerman, Michael Peña, Shia LaBeouf e Jon Bernthal.

Em abril de 1945, próximo ao fim da Segunda Guerra, os Aliados se preparam para realizar suas últimas estratégias. Ao mesmo tempo, uma equipe de cinco americanos é comandada pelo sargento Wardaddy (Pitt) e, à bordo de um tanque Sherman, parte para as linhas inimigas em uma missão mortal.


Em desvantagem e com um soldado novato como parte da equipe, o grupo enfrenta diversas situações, em sua jornada para atacar a Alemanha nazista. Determinados a realizar sua missão, Waddardy e seus homens passam por grandes apertos, como serem encurralados por trezentos soldados.


Dirigido por David Ayer, o filme está previsto para chegar ao Brasil no dia 13 de novembro.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Transcendence - A Revolução






ALERTA DE SPOILER



A história do filme conta como o Dr. Will Caster (Johnny Depp) - um dos maiores especialistas sobre os estudos da inteligência artificial - passa a se "tornar" uma espécie de I.A. Após uma palestra sobre como sua nova descoberta científica poderia ajudar na cura do câncer e até mesmo curar por completo o mal de Alzheimer - e fazer uma leve crítica à religião - Will é baleado por um grupo anti-tecnologia ou até mesmo anti-cura para todas as doenças e acaba morrendo semanas depois (numa cena que pode ser facilmente comparada à de Batman Begins). Com a ajuda de sua esposa Evelyn (Rebecca Hall) e de seu amigo Max Waters (Paul Bettany), a mente do Dr. Caster é transportada para um computador, chamado PINN. A partir daí, a história se desenvolve com o "novo doutor Caster" se aperfeiçoando dentro do computador, podendo até atingir todos os aparelhos eletrônicos do planeta de uma só vez, e "ajudando" pessoas com suas imperfeições e salvando suas vidas. As aspas foram usadas devido à atitude de Will após tê-los ajudado. Ele entra na mente da pessoa e pode controlá-la a vontade.



Transcendence tinha tudo para ser um excelente filme de ficção científica, mas falha em alguns aspectos. As atuações variam de boas para medianas. Johnny Depp consegue se transformar mais uma vez em um personagem completamente diferente de outros que já havia interpretado. Não apenas sua aparência, como sua voz e seu estilo mudam - só lembrar do tímido Edward e do bêbado Capitão Jack Sparrow -, interpretando dessa vez um cientista com uma aparência cansada e uma voz que faz lembrar a de alguém que realmente passou o dia inteiro estudando. Além disso, sua voz - mais uma vez - enquanto ele está com sua mente dentro da I.A., nos faz lembrar aquela de HAL 9000 em 2001: Uma Odisséia no Espaço - quase como a de alguém sem expressões, literalmente uma máquina. Já Rebecca Hall, às vezes parece não ter muitas emoções para certas situações - a morte de seu marido - mas no restante do filme, ela acerta, como por exemplo quando ela reencontra seu marido pela tela do computador, ou quando se mostra angustiada com a perseguição de Will. 



O filme só teve duas coisas ruins: a fácil solução para todos os problemas e o tempo de duração. Falando do primeiro tópico, os problemas que eram mostrados no filme tinham uma solução na ponta da língua e extremamente fácil, ninguém discordava por mais de uma discussão. Por exemplo, para deter o doutor Caster de acabar com toda a vida orgânica do planeta, era simplesmente desligar a internet de todas as pessoas da terra. Claro, isso é completamente fácil e não haveria nenhuma catástrofe nisso - o que nos é mostrado no final não serve como catástrofe. Ou realmente teve algum tipo de desespero e não foi mostrado. Partindo para o segundo tópico, o filme teve quase duas horas de duração, mas poderia ter mais. Ele acabou se tornando algo corrido, dando a impressão de que o foco foi grande em algumas cenas, e mais para o final teve que fazer tudo de uma vez.

Por mais que o objetivo do filme fosse centralizar na vida que Evelyn passou a ter com os novos objetivos de Will, dá para sentir falta da participação de Morgan Freeman. A atuação não foi ruim, de forma alguma, mas em certos momentos, o telespectador se esquece do ator até o final do filme. 



Apesar dos poucos erros, Transcendence - A Revolução é uma boa obra de ficção científica. Mesmo que a história da inteligência artificial não seja das mais originais, ela foi abordada de uma forma original. Até o final do filme, não sabemos se o personagem vivido por Johnny Depp acaba se tornando "mau" ou não. 

Wally Pfister, o vencedor do Oscar de melhor fotografia em 2011 por Inception (A Origem) - também tendo trabalhado em quase todos os filmes do Christopher Nolan como diretor de fotografia - dessa vez trabalha como diretor em Transcendence. Além de Johnny Depp e Rebecca Hall, o filme que estreou nessa quinta feira (19) no cinemas, conta com Morgan Freeman e Cillian Murphy, que já trabalharam com Nolan em filmes anteriores.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Especial: Copa do Mundo

Se o cinema só foi possível com a invenção dos irmãos franceses Auguste e Louis Lumière, hoje em dia não adianta negar: a indústria norte-americana domina o mercado cinematográfico no mundo inteiro, arrecadando as maiores bilheterias e consolidando seus personagens na cultura pop global. Ainda assim, os demais países não deixam de investir em suas próprias produções, algumas delas chegando a atingir destaque internacional. Aproveitando a deixa da Copa do Mundo, resolvemos trazer alguns dos filmes mais renomados dos países que estão participando dos jogos. Veja abaixo:


ALEMANHA

Good bye, Lenin! (2003) “Adeus, Lênin!”


Diretor: Wolfgang Becker
Elenco: Daniel Brühl, Katrin Saß, Chulpan Khamatova

“Good bye, Lenin!”, que já começa a instigar pelo título, traz uma interessante história sobre o período em que o muro de Berlim foi derrubado, ocasionando a unificação das Alemanhas Ocidental e Oriental em 1989. Alexander (Daniel Brühl) mora junto com a mãe (Katrin Saß) na República Democrática Alemã (RDA) – a parte oriental e comunista –, até que a matriarca sofre um ataque cardíaco e fica em coma por oito meses. Acontece que, nesse ínterim, a Alemanha se torna um país único novamente e a RDA começa a ser invadida pela influência capitalista. Temendo que sua mãe não suportasse a mudança que aquele lado da nação estava enfrentando, Alex, a partir de quando ela acorda, passa a esconder, de todas as formas possíveis, que comunismo foi derrubado. O filme, além de entreter e arrancar risadas, acaba por resumir de maneira primorosa esse pedaço da história alemã e das própria ideologias em conflito durante a Guerra Fria.


Die fetten Jahre sind vorbei (2004) “Os Edukadores


Diretor: Hans Weingartner
Elenco: Daniel Brühl, Julia Jentsch, Stipe Erceg

O título original alemão dá uma pista melhor sobre do que se trata a história: “Die fetten Jahre sind vorbei” traduz-se, literalmente, como “os dias de fartura acabaram”. A obra traz a história destes três jovens que são revoltados contra a exploração capitalista e toda a miséria e desigualdade provocada pelo sistema vigente. Buscando uma forma de justiça, eles invadem as casas suntuosas das famílias ricas – as quais, supostamente, são responsáveis pela manutenção do status quo. O problema começa quando eles são flagrados por um executivo enquanto usufruíam dos luxos de sua residência, acabando por sequestra-lo, em um ato de desespero. A partir daí, “Edukators” (título em inglês) apresenta reflexões sobre questões políticas, perpassando pela relevante discussão – comum às películas alemãs – sobre os sistemas econômicos e sobre de quem é a culpa pelas agruras do mundo.


ARGENTINA

Medianeras (2011) “Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual”


Diretor: Gustavo Taretto
Elenco: Javier Drolas, Pilar López de Ayala, Inés Efron

Se algum filme é prova do quanto o cinema de nossos hermanos pode ser cheio de sensibilidade, esse filme é “Medianeras”. A começar pelo nome, que designa as paredes laterais de prédios, em que não se pode construir janelas. Obviamente, a obra não trata de paredes – esta é apenas uma metáfora, a primeira das muitas que podem ser encontradas ao longo do roteiro e dos diálogos entre Martín (Javier Drolas) e Mariana (Pilar López de Ayala). Enquanto ele prefere o isolamento e o refúgio de seu apartamento, ela acabou de sair de um longo relacionamento e precisa colocar as ideias em ordem. Apesar de morarem no mesmo quarteirão em Buenos Aires, eles, por um bom tempo, não cruzam o caminho um do outro: não é por acaso que o diretor definiu a temática do filme como sendo a solidão. É um filme belíssimo que mostra um pouco do cotidiano na capital argentina, enquanto aborda essas questões da alma que todos nós conhecemos tão bem.


El Secreto de Sus Ojos (2009) “O Segredo dos Seus Olhos”


Diretor: Juan José Campanella
Elenco: Ricardo Darín, Soledad Villamil, Pablo Rago

Não é à toa que esta é uma das obras cinematográficas recentes mais famosas do país: “El Secreto de Sus Ojos” é um drama com elementos de mistério, investigação e romance – e tudo isso muito bem utilizado por Campanella. Baseado em um livro, chegou a receber o Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010 e o Prêmio Goya de melhor filme. A trama acompanha Benjamín Espósito (Ricardo Darín), escritor que acabou de se aposentar como servidor da justiça penal, em busca de uma história para seu novo romance. Para tanto, vai muito além que grande parte dos escritores, e resolve reabrir um caso não-resolvido de assassinato e, por conta própria, tenta descobrir a identidade do culpado. Há muitas surpresas ao longo do enredo e garanto que nem se vê as duas horas passarem. É, sem dúvidas, um grande filme.


JAPÃO

Ikiru (1952) “Viver”


Diretor: Akira Kurosawa
Elenco: Takashi Shimura, Nobuo Kaneko, Shin'ichi Himori

Seria extremamente desrespeitoso de minha parte falar de obras-primas japonesas sem citar Kurosawa. Um dos maiores cineastas do arquipélago, Akira Kurosawa influenciou inúmeros diretores com seus trinta filmes e chegou a receber da Academia um Oscar honorário, em 1989. Embora pudesse citar vários de seus longas, “Ikiru” é um bom exemplo do quanto um filme pode ser simples e, ao mesmo tempo, emocionar e levar o espectador a refletir sobre sua vida. Kanji Watanabe (Takashi Shimura) é um senhor com idade já avançada e que trabalha há décadas na mesma repartição, realizando sempre o mesmo serviço burocrático. Mau humorado e caxias, Kanji vê sua vida mudar depois de descobrir um câncer em seu estômago, praticamente uma bomba-relógio que reduz seu tempo de existência a poucas semanas. Só pela sinopse, já deve ter dado pra notar que o filme é uma verdadeira lição de vida; destaco a cena do balanço, que estampa o pôster, que é realmente belíssima. “Ikiru” é uma verdadeira obra-de-arte do cinema japonês.


Sen to Chihiro no Kamikakushi (2001) “A Viagem de Chihiro


Diretor: Hayao Miyazaki
Elenco: Daveigh Chase, Suzanne Pleshette, Miyu Irino (vozes)

Apesar de ser uma animação, não há dúvidas de que a grande obra do mestre Miyazaki merece figurar aqui. Para quem dá importância aos prêmios ganhos, saiba que a encantadora história de Chihiro conquistou a estatueta de Melhor Animação no Oscar de 2003, além do Urso de Ouro, no Festival de Berlim de 2002. Chihiro é uma menina de dez anos que está de mudança com os pais a contragosto; no meio do caminho, entretanto, eles atravessam um túnel e acabam em um mundo fantástico, com direito a todos os tipos de bizarrices e seres fantasiosos. Após ver seus pais serem transformados em porcos, a garota é forçada a trabalhar, ao mesmo tempo em que busca de um meio de salvá-los, para que consigam sair daquele mundo paralelo. Com toques surrealistas, o filme diverte e impressiona pela riqueza de detalhes. E para quem acha que animações são apenas para o público infantil, não poderia estar mais enganado: “Sen to Chihiro no Kamikakushi” não só é capaz de agradar a pessoas de todas as idades, como é inteligente ao abordar, por meio de metáforas, as mais diversas questões sobre a natureza humana.


Texto produzido por Adônis D. Tarallo.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

O Espetacular Homem Aranha 3 pode ter estreia adiada





A nova franquia do personagem Homem Aranha, cujo primeiro filme foi lançado em 2012, teve lucro abaixo do esperado em sua continuação (O Espetacular Homem Aranha 2: A Ameaça de Electro), estreada em abril deste ano. Em relação ao primeiro longa, A Ameaça de Electro teve diferença de US$ 697 milhões de faturamento. 


Shailene Woodley em cena com Andrew Garfield, em participação que foi cortada
Para a tristeza dos fãs do Aranha, o estúdio que produz a franquia adiou a terceira parte, prevista para junho de 2016, para o ano seguinte, sem data definida. É válido lembrar que pelo menos dois spin-offs são aguardados: são os longas Sexteto Sinistro e Venom, com histórias de vilões do Homem Aranha.
Com a morte de Gwen Stacy (Emma Stone), no segundo filme, a expectativa é que Mary Jane apareça na continuação, para ser o par romântico de Peter (Andrew Garfield). A atriz Shailene Woodley, que estreia a franquia adolescente Divergente e A Culpa é das Estrelas, foi cogitada para o papel, e chegou a gravar uma participação em A Ameaça do Electro, mas suas cenas foram cortadas. Não se sabe se os produtores vão manter a escolha da atriz para a próxima produção.

Fonte: AdoroCinema

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Elefante (2003)


ALERTA DE SPOILER

Se passando em Walt High School, uma escola típica americana, na cidade de Portland, Oregon, o filme mostra um dia de aula comum, pelo ponto de vista de cada personagem. 
No filme, Alex (Alex Frost) e Eric (Eric Deulen) são alunos vítimas de bullying. Após comprarem armas pelo correio, influenciados pelo desejo de vingança, eles se unem para fazer um massacre dentro da escola.  

Análise

O filme chama atenção pela originalidade do fato de os personagens terem os mesmos nomes de seus atores. Por um lado, isso demonstra uma natureza diferente e impessoal; pelo outro, há uma visão realista, em que os atores procuram expressar sua natureza pessoal em todas as cenas. 

Com poucas falas e diálogos, o filme aborda um tema obscuro, intrigante e macabro, apresentando diversos clichês - com a escola dividida entre os grupos dos atletas, patricinhas e nerds. Pelo mesmo motivo das divisões entre os grupos, é mostrado como as pessoas podem reagir de formas extremas a exclusões sociais, como o bullying.

Apesar de Alex e Eric serem considerados protagonistas, eles são apenas um "resultado" de outros personagens. Outro elemento diferente do filme é o modo como a câmera é posicionada: com uma vista por trás dos personagens. O mesmo tipo de visão usada em video-games - em particular, uma cena do filme mostra os dois assassinos jogando um jogo de violência em primeira pessoa. 

Dentro do mesmo cenário, todos enfrentam sua própria realidade no ambiente escolar. O entendimento podem ter um grande impacto na vida de várias pessoas; e como situações mínimas podem resultar um 
acontecimento catastrófico. 


Obviamente, a conclusão do filme é obscura, assim como o próprio tema, instigando o espectador a pensar sobre esses valores relacionados à sociedade. Elefante não é um filme para entretenimento, mas sim para uma reflexão antropológica e sócio-cultural de quem o assiste.


Produzido por Omar Khodr.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Especial: Dia dos Namorados

Estando você solteira/o ou namorando, de vez em quando nada melhor do que assistir a um filme que diga sobre este tema universal que é o amor e os relacionamentos. Pensando nisso, separamos doze sugestões especiais no dia de hoje, para serem assistidos em boa companhia – nem que a companhia seja você mesma/o.


Gone with the Wind (1939) “...E o Vento Levou”
Diretor: Victor Fleming
Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Thomas Mitchell

É quase inconcebível uma lista como esta sem o clássico dos clássicos entre os filmes de romance. Scarlett O’Hara (Vivien Leigh) e Rhett Butler (Clark Gabel) formam um dos casais mais arrebatadores da sétima arte, mesmo mais de 70 anos depois de sua estreia. O filme, com quase quatro horas divididas em duas partes, apesar de ser tido como romântico, trata de um amor não-correspondido de Rhett por Scarlett, que acaba se casando com outro no início da história. O final, entretanto, é inesperado e cativa mesmo os mais indiferentes. Se o tempo de duração desanima um pouco, vale a pena assistir nem que seja para ver Scarlett soltando aquela que é uma das mais famigeradas citações de todos os tempos: “Frankly, my dear, I don’t give a damn”.


Casablanca (1942) “Casablanca”
Diretor: Michael Curtiz
Elenco: Humphrey Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid

“Casablanca” não é apenas um filme de romance, é um clássico – que frequentemente figura nas listas dos melhores filmes de todos os tempos – e que envolve drama, suspense e uma química invejável entre Rick Blaine (Humphrey Bogart) e Ilsa Lund (Ingrid Bergman). O fato de ser em preto-e-branco não diminui nem um pouco a magia do enredo, inserido em no contexto histórico do nazismo. Além da famosa frase “We'll always have Paris” (“Nós sempre teremos Paris”), proferida por Rick, ainda tem em sua trilha sonora a belíssima “As Time Goes By”, ideal para embalar os casais no dia de hoje.


Annie Hall (1977) “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”
Diretor: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts

Como grande parte dos filmes de Woody Allen, a) ele participa como ator; b) ele expõe relacionamentos incomuns, sempre em nome da comédia. “Annie Hall” não é um filme normal de amor: nele, somos apresentados ao neurótico Alvy Singer (Woody Allen) e a sua também neurótica namorada Annie Hall (Diane Keaton), desde o primeiro encontro – momento em que eles percebem o quanto se dão bem um com o outro. Em uma das cenas mais bonitas, Alvy cria alguns neologismos – como “lurve” e “luff” – para expressar seus sentimentos por Annie, já que “love” (amar) não era o suficiente. A história, co-escrita pelo diretor, traz desde questões existenciais e sexuais até indagações das mais impensáveis sobre os relacionamentos humanos.


When Harry Met Sally... (1989) “Harry e Sally - Feitos um para o outro”
Diretor: Rob Reiner
Elenco: Meg Ryan, Billy Crystal, Carrie Fisher

É bem provável que você já tenha visto esta comédia-romântica, mas, se ainda não viu, é o que deveria fazer agora. A premissa de dois recém-formados que se odeiam e acabam se apaixonando um pelo outro pode parecer muito clichê, mas a presença de Billy Crystal e Meg Ryan no filme – que funcionam muito bem como um casal – já é uma razão fortíssima para explicar por que tanta gente o elege como uma das comédias mais apaixonantes de todas. Todavia, “When Harry Met Sally...” não é tão piegas quanto pode parecer, tanto que sua cena mais conhecida é aquela em que Sally (Meg Ryan) finge um orgasmo em um restaurante; aliás, esse restaurante existe de verdade e, na mesa em que a cena foi gravada, colocou uma placa em que se lê: “Congratulations! You're sitting where Harry met Sally” (“Parabéns! Você está sentado onde Harry se encontrou com Sally”, em português).


Before Sunrise (1995) “Antes do Amanhecer”
Diretor: Richard Linklater
Elenco: Ethan Hawke, Julie Delpy

Antes de mais nada, é preciso que se diga que, aqui, inclui-se não apenas “Before Sunrise”, mas “Before Sunset” (Antes do Pôr do Sol) e “Before Midnight” (Antes da Meia-Noite); juntos, esta talvez seja uma das mais encantadoras trilogias a tratar do amor. Porque, muito além das discussões filosóficas que muitos enxergam nas obras de Linkater, a trilogia é, basicamente, sobre amor em sua forma mais complexa e sobre a vida do norte-americano Jesse (Ethan Hawke) e da francesa Celine (Julie Delpy), que, em uma viagem de trem como qualquer outra, acabam tendo suas vidas e seu destino entrelaçados. Uma das melhores sugestões para o dia de hoje.


Romeo + Juliet (1996) “Romeu + Julieta”
Direção: Baz Luhrmann
Elenco: Leonardo DiCaprio, Claire Danes, John Leguizamo

De todos os selecionados da lista, “Romeo + Juliet” é que mais dispensa apresentações. A história clássica de William Shakespeare permeia o imaginário de pessoas ao redor de todo mundo e, apesar de não serem tantos os que conhecem o drama em detalhes, não é segredo para ninguém o desfecho trágico do romance entre o jovem casal, pertencentes a famílias rivais. Nesta versão – apenas uma entre muitas –, os Montéquio e os Capuleto vivem em Verona Beach, nos dias atuais, o que traz um novo fôlego à adaptação da maior obra do maior escritor de toda a literatura inglesa. Destaque para a trilha sonora, que conta com bandas bastante atuais, como Radiohead e Garbage.


10 Things I Hate About You (1999) “10 Coisas que Eu Odeio em Você”
Diretor: Gil Junger
Elenco: Heath Ledger, Julia Stiles, Joseph Gordon-Levitt

Quando falamos em Heath Ledger, talvez este não seja o primeiro filme dele que lhe venha à cabeça, nem o segundo, mas, dentre todos os trabalhos do ator, “10 Things I Hate About You” é, de longe, um dos mais divertidos – e um dos mais reprisados na TV. Além da chance de ver o eterno “Coringa” em uma performance romântica e empolgante – com direito a um cover de “Can’t Take My Eyes off You”, de Frankie Valli –, ainda temos uma sarcástica e decidida Julia Stiles, que tem outras prioridades antes de se envolver com garotos. Como bônus, a produção ainda traz Joseph Gordon-Levitt, que, na época, tinha apenas 18 anos. O filme, que teve uma excelente repercussão, também é baseado, tal qual o anterior, em um livro de Shakespeare: “A Megera Domada”.


Punch-Drunk Love (2002) “Embriagado de Amor”
Diretor: Paul Thomas Anderson
Elenco: Adam Sandler, Emily Watson, Philip Seymour Hoffman

O título em português não empolga muito; ter o Adam Sandler entre os protagonistas, talvez também não. Entretanto, “Punch-Drunk Love” não é uma comédia escrachada, mas um drama romântico com Adam em sua melhor forma e participação especialíssima de Philip Seymour Hoffman, que infelizmente nos deixou ano passado. A direção de Paul Thomas Anderson é admirável e garantia de que esta não é apenas mais uma comédia romântica como as outras. Um dos maiores trunfos do filme é conseguir captar as várias fases de um confuso, inspirado e apaixonado Barry Egan (Adam Sandler).


Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004) “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”
Diretor: Michel Gondry
Elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Tom Wilkinson

Para quem estava acostumado a ver Jim Carrey apenas em papéis engraçados, certamente se surpreendeu com a performance do ator neste que é um dos filmes mais bonitos dos últimos tempos. Jim interpreta Joel Barish, um cara que, para esquecer Clementine Kruczynski (Kate Winslet) – com quem se envolveu intensamente –, aceita se submeter a um procedimento de “apagamento de memória”, depois de descobrir que a moça supostamente fez o mesmo para esquecê-lo. Acho que não precisa muito mais para convencer de que, se você ainda não viu este filme incrível, hoje é um ótimo dia para fazê-lo; mesmo se, como Joel, você achar que o dia dos namorados é “um feriado inventado pelas companhias de cartões festivos para fazer as pessoas se sentirem um lixo”.


50 First Dates (2004) “Como se Fosse a Primeira Vez”
Direção: Peter Segal
Elenco: Adam Sandler, Drew Barrymore, Rob Schneider

De todos os filmes aqui, este talvez seja o mais despretensioso e, por que não, o mais engraçado. Até quem não é fã do Adam Sandler tem que admitir que “50 First Dates” pode ser “água-com-açúcar”, mas nem por isso deixa de fazer você rir e se emocionar bastante com a história de Lucy Whitmore (Drew Barrymore), cuja memória dura apenas um dia, até que ela dorme e todas as suas lembranças dos últimos anos são apagadas. O problema é que Henry (Adam Sandler) se apaixonou por ela e, devido à condição de Lucy, precisa conquistá-la dia após dia novamente. O humor do filme pode não ser dos mais apurados, mas ele certamente cumpre a missão a que se propõe. E, para não haver dúvidas de que este filme merecia estar na lista, é só lembrar que ele tem The Beach Boys na trilha sonora, com o contagiante sucesso “Wouldn’t It Be Nice”.


Wall-E (2008) “Wall-E”
Diretor: Andrew Stanton
Elenco: Bem Curtt, Elissa Knight, Jeff Garlin (vozes)

Para quem nunca assistiu “Wall-E”, pode parecer estranho ver uma animação na lista; quem já viu, no entanto, sabe que não é preciso atores de verdade para fazer emocionar. Desde “Toy Story” e ao longo dos anos, o estúdio Pixar foi aprimorando cada vez mais sua habilidade de tornar humanos personagens como brinquedos, animais e carros, encontrando a chave para provocar a empatia dos espectadores. “Wall-E”, provavelmente, é o mais emblemático exemplo disso, já que durante toda primeira metade do filme não há falas, apenas os “bips” emitidos pelo simpático robozinho, que foi deixado na Terra com a missão de limpar toda a gerada deixada pelos humanos antes de abandonarem o planeta. As melhores cenas, porém, acontecem depois que ele encontra Eve, uma robô aparentemente insensível aos sentimentos do desajeitado Wall-E. Entretanto, aos poucos a amizade deles vai crescendo e se transforma em uma das mais tocantes histórias de amor robótico do cinema.


Blue Valentine (2010) “Namorados Para Sempre”
Diretor: Derek Cianfrance
Elenco: Ryan Gosling, Michelle Williams, John Doman

Para fechar o post com estilo, um drama profundo sobre o relacionamento de Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams), que começa a se desgastar. O enredo se desenvolve, então, mostrando os dilemas do casal e os sentimentos de cada um em relação ao casamento. Tristemente, o casamento de Michelle teve fim no período de gravações: seu cônjuge na vida real era Heath Ledger, que faleceu em 2008; por conta disso, a produção foi suspensa e retomada algum tempo depois. “Blue Valentine”, cujo roteiro chegou a ser premiado, é ao mesmo tempo uma obra delicada e que te faz refletir.