sexta-feira, 11 de julho de 2014

Especial: Copa do Mundo - Parte III

A Copa do Mundo 2014 está chegando ao fim e, junto com ele, nosso especial sobre os filmes estrangeiros de países que tiveram seus times em campo. Caso você tenha perdido as publicações passadas, você pode acessar a parte I aqui e a parte II aqui. Hoje, vamos falar de quatro países e dos mais variados cantos do globo: dois deles da América Latina, um da Europa e outro da Europa e Ásia.


MÉXICO

El laberinto del fauno (2006) “O Labirinto do Fauno”


Diretor: Guillermo del Toro
Elenco: Ivana Baquero, Ariadna Gil, Sergi López

De todos os filmes da lista de hoje, este é provavelmente o mais conhecido. “El laberinto del fauno” fez um verdadeiro sucesso, tornando-se um dos filmes mais rentáveis do diretor mexicano Guillermo del Toro, que também foi o responsável por escrever o roteiro. A obra, considerada uma produção mexicana e espanhola, contou com a co-produção de Alfonso Cuáron, de “Gravidade” (2013) e “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (2004), e merece o mérito de ser um filme fora do circuito hollywoodiano e, ainda assim, apresentar efeitos especiais deslumbrantes. Apesar de não ter conquistado o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, ao qual concorreu, levou as merecidas estatuetas de Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem – uma grande conquista para um filme de outro país. Na história, nós acompanhamos a pequena Ophelia, que descobre, através do Fauno, que precisa realizar três missões, a fim de conseguir acesso ao submundo – um lugar literalmente mágico. Tudo isso no sombrio cenário da Espanha fascista de 1944. É realmente imperdível.



ITÁLIA

Ladri di biciclette (1948) “Ladrões de Bicicletas”


Diretor: Vittorio De Sica
Elenco: Lamberto Maggiorani, Enzo Staiola, Lianella Carell

Um clássico do cinema italiano e mundial. Quem também concorda com isso é o cineasta Woody Allen, que certa vez afirmou que este o “filme italiano mais superior e um dos maiores filmes do mundo”. “Ladri di biciclette” também ganhou um Oscar, o de Melhor Filme Estrangeiro, logo que essa categoria passou a ser premiada. Com um elenco de atores não-profissionais, a película em preto e branco surpreende por sua simplicidade e sensibilidade. A premissa não poderia ser mais singela: Antonio Ricci (Lamberto Maggiorani) e seu filho (Enzo Staiola) saem a procura de uma bicicleta que o homem usava para trabalhar e que havia sido roubada. Com apenas isso, fez-se essa obra-prima, que quase sempre aparece no topo da lista de críticos e diretores, como uma das maiores realizações da história do cinema.



CHILE

No (2012) “No”


Diretor: Pablo Larraín
Elenco: Gael García Bernal, Alfredo Castro, Antonia Zegers

O mais recente desta lista, deu um grande impulso ao cinema chileno, tendo tido uma ótima recepção de crítica e público. O “Não” do título é dirigido à permanência no poder por mais oito anos do ditador chileno General Augusto Pinochet, que já havia governado o país por 15 anos e resolveu, depois de muita pressão internacional, fazer um plebiscito para que a população decidisse sobre seu destino. Apesar do resultado real da votação poder ser facilmente descoberta em uma rápida pesquisa, isso em nada tira a graça do filme, o qual parece propositalmente ter sido filmado com uma câmera amadora. O enredo, na verdade, gira em torno de um publicitário de nome René Saavedra, interpretado pelo ator, diretor e produtor mexicano Gael García Bernal. Enquanto René tenta incentivar o povo a votar pelo “não”, tem que lidar com pessoas próximas a ele, como seu chefe, que lutam para promover a campanha pela permanência de Pinochet. Isso o obriga a adotar uma nova estratégia, bastante inusitada, que vale a pena ver o filme para conferir.



RÚSSIA

Bronenosets Potyomkin (1925) “O Encouraçado Potemkin”


Diretor: Sergei M. Eisenstein
Elenco: Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky, Grigori Aleksandrov

Este é daqueles filmes que você pode nem saber do que se trata, mas certamente já ouviu seu nome alguma vez na vida. Pois bem, “Bronenosets Potyomkin” (transcrição de “Броненосец Потёмкин”) é um dos maiores clássicos russos e uma das obras do país mais comentadas até hoje, sendo muitas vezes tido como um dos mais importantes filmes de todos os tempos. Seu diretor, Eisenstein, também é bastante famoso, principalmente pelo seu trabalho como cineasta soviético, além de ter participado da Revolução de 1917. A propósito, cabe a observação de que, quando a película foi filmada, a Rússia ainda era a União Soviética, que apenas se desfez em 1991. Com imagens bastante intensas e efeitos inovadores para a época, não deve incomodar o fato de que o filme, dividido em cinco partes, não tem nenhuma fala, já que em 1925 as vozes estavam apenas começando a ser introduzidas nos filmes. O encouraçado Potemkin do título é a embarcação onde acontece a revolta dos marinheiros, que estavam insatisfeitos com a maneira como eram tratados, a qual pode ser considerada uma rebelião precursora à própria Revolução Russa. Entre os temas abordados estão justamente o poder de uma revolta popular, tema pertinente ao momento histórico pelo qual o país passava. Merece destaque a icônica cena, no quarto ato, da escadaria de Odessa.

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