Inglaterra já deixou a Copa, França continua na disputa, mas,
independentemente do resultado, o Into Movies continua trazendo para vocês
alguns ótimos filmes já feitos mundo afora. Caso tenha perdido a primeira
parte, clique aqui para ler.
FRANÇA
Intouchables (2011) “Intocáveis”
Diretores: Olivier Nakache e Eric Toledano
Elenco: François Cluzet, Omar Sy, Anne Le Ny
“Intouchables” é um filme francês que alcançou bastante popularidade
e não foi por acaso. A história mescla drama e comédia para tratar de forma
humorada da relação entre Philipe (François Cluzet), um milionário paraplégico,
e Driss (Omar Sy), seu cuidador. O choque social começa por este ser um senegalês
que acabou de sair da prisão, após cumprir seis meses de pena, e não tem a menor
experiência como auxiliar de alguém que precisa de cuidados especiais –
inclusive para tomar banho. Ainda que um pouco desastrado, Driss acaba
contagiando seu chefe com sua atitude irreverente e os dois acabam
desenvolvendo uma bonita amizade. “Intouchables” é o filme francês mais
rentável da história e a terceira maior bilheteria do país de origem, chegando
a ser indicado ao Globo de Ouro.
La Môme (2007) “Piaf –
Um Hino ao Amor”
Diretor: Olivier Dahan
Elenco: Marion Cotillard, Sylvie Testud, Pascal Greggory
“La Môme” estreou com uma fórmula que dificilmente poderia
dar errado: propor-se a biografar uma das maiores cantoras francesas (se não a
maior) de todos os tempos e tem como protagonista alguém do naipe de Marion
Cotillard, hoje também conhecida por ter participado de “Inception” (“A Origem”)
e “The Dark Knight Rises” (“Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge”). Foi este
filme, aliás, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz Principal. O título
original intriga quem não conhece muito bem a história de Édith Piaf: ele foi
dado em razão do apelido da artista, nascida Édith Giovanna Gassion, ser La môme piaf, francês para “pequeno passarinho”.
Para quem a via se apresentando, não era difícil descobrir o porquê do epíteto:
Édith, apesar de sua aparência mirrada, tinha uma voz potente e encantadora,
que até hoje pode ser ouvida reverberando por aí – muitos, inclusive, ainda a
consideram a melhor intérprete de “La Vie em Rose” (que, aliás, é o título do
filme em inglês). O fato é que “La Môme” não deixa a desejar, sendo bastante
fiel aos acontecimentos da vida da cantora, do seu auge a sua decadência, com
Marion representando quase que impecavelmente do início ao fim. Da trilha
sonora, não precisa dizer nada, apenas que as canções são as originais na voz
de Piaf. Ah, e para quem é fã do consagrado ator Gérard Depardieu, ele também
faz uma ponta neste clássico do cinema francês do século XXI.
INGLATERRA
The Third Man (1949) “O
Terceiro Homem”
Diretor: Carol Reed
Elenco: Joseph
Cotten, Alida Valli, Orson Welles
Talvez seja um pouco complicado de entender, para quem ainda
não teve a chance de assistir ao clássico britânico, como um filme noir, em
preto-e-branco, lançado há mais de 60 anos, pode ser considerado por tantos
críticos um dos melhores filmes já produzidos pela Terra da Rainha. Por outro
lado, apenas ver o famoso Orson Welles, de “Citizen Kane” (“Cidadão Kane”)
entre as estrelas do filme já pode servir de indício para o alto nível da
película – embora ele apareça por poucos minutos. O enredo não é lá muito
inovador: conta a história de Holly Martins (Joseph Cotten), um jornalista que
resolve investigar a morte de seu amigo Harry (Orson Welles); no meio disso,
claro, ele conhece uma bela mulher, Anna (Alida Valli), e compra inimizade com
algumas autoridades que parecem não querer que o caso seja reaberto. Apesar de
semelhante a outros thrillers, o “The Third Man” é uma grande obra que prende o
espectador e não decepciona, não sendo exagero dizer que é um dos filmes mais
interessantes da década de 40.
The 39 Steps (1935) “39 Degraus”
Diretor: Alfred Hitchcock
Elenco: Robert Donat, Madeleine Carroll, Lucie Mannheim
Mais um filme britânico com bastante ação, mas sem James
Bond, desta vez dirigido pelo ilustre mestre do suspense Alfred Hitchcock. Apesar
de Hitchcock ter se mudado para os Estados Unidos em 1939 (e posteriormente se
tornado um cidadão estado-unidense), seu início de carreira foi na Inglaterra,
onde inclusive nasceu e dirigiu algumas obras, entre elas “The 39 Steps”, tida
em alta conta pelos críticos de cinema. Guardando algumas semelhanças com “The
Third Man”, aqui também somos apresentados a um homem, Richard (Robert Donat),
que está de férias em Londres e acaba se envolvendo com uma mulher agente de
contraespionagem. Após um assassinato, porém, Richard passa a ser perseguido e,
ao mesmo tempo em que precisa fugir, tenta desvendar todo o mistério. Uma curiosidade
é que o diretor, a fim de trazer mais realismo a uma das cenas e aumentar a
afinidade entre Robert Donat e Madeleine Carroll, os dois protagonistas, algemou-os
juntos e, por várias horas, fingiu ter perdido as chaves. Neste filme, a
propósito, é a primeira vez em que Hitchcock utiliza a técnica McGuffin, que
basicamente consiste em um elemento da trama que parece central, mas que, na
realidade, não tem verdadeira relevância. Vale a pena conferir!