Estando você solteira/o ou
namorando, de vez em quando nada melhor do que assistir a um filme que diga
sobre este tema universal que é o amor e os relacionamentos. Pensando nisso,
separamos doze sugestões especiais no dia de hoje, para serem assistidos em boa
companhia – nem que a companhia seja você mesma/o.
Gone
with the Wind (1939) “...E o Vento Levou”
Diretor: Victor Fleming
Elenco: Clark Gable, Vivien Leigh, Thomas Mitchell
É quase inconcebível uma lista como esta sem o
clássico dos clássicos entre os filmes de romance. Scarlett O’Hara (Vivien
Leigh) e Rhett Butler (Clark Gabel) formam um dos casais mais arrebatadores da
sétima arte, mesmo mais de 70 anos depois de sua estreia. O filme, com quase
quatro horas divididas em duas partes, apesar de ser tido como romântico, trata
de um amor não-correspondido de Rhett por Scarlett, que acaba se casando com
outro no início da história. O final, entretanto, é inesperado e cativa mesmo
os mais indiferentes. Se o tempo de duração desanima um pouco, vale a pena
assistir nem que seja para ver Scarlett soltando aquela que é uma das mais
famigeradas citações de todos os tempos: “Frankly, my dear, I don’t give a
damn”.
Casablanca (1942) “Casablanca”
Diretor: Michael Curtiz
Elenco: Humphrey Bogart,
Ingrid Bergman, Paul Henreid
“Casablanca” não é apenas um filme de romance,
é um clássico – que frequentemente figura nas listas dos melhores filmes de
todos os tempos – e que envolve drama, suspense e uma química invejável entre
Rick Blaine (Humphrey Bogart) e Ilsa Lund (Ingrid Bergman). O fato de ser em
preto-e-branco não diminui nem um pouco a magia do enredo, inserido em no
contexto histórico do nazismo. Além da famosa frase “We'll always have Paris”
(“Nós sempre teremos Paris”), proferida por Rick, ainda tem em sua trilha
sonora a belíssima “As Time Goes By”, ideal para embalar os casais no dia de
hoje.
Annie Hall (1977) “Noivo Neurótico, Noiva
Nervosa”
Diretor: Woody Allen
Elenco: Woody Allen, Diane Keaton, Tony Roberts
Como grande parte dos filmes de Woody Allen,
a) ele participa como ator; b) ele expõe relacionamentos incomuns, sempre em
nome da comédia. “Annie Hall” não é um filme normal de amor: nele, somos
apresentados ao neurótico Alvy Singer (Woody Allen) e a sua também neurótica
namorada Annie Hall (Diane Keaton), desde o primeiro encontro – momento em que
eles percebem o quanto se dão bem um com o outro. Em uma das cenas mais
bonitas, Alvy cria alguns neologismos – como “lurve” e “luff” – para expressar
seus sentimentos por Annie, já que “love” (amar) não era o suficiente. A
história, co-escrita pelo diretor, traz desde questões existenciais e sexuais
até indagações das mais impensáveis sobre os relacionamentos humanos.
When Harry Met Sally... (1989) “Harry e Sally
- Feitos um para o outro”
Diretor: Rob Reiner
Elenco: Meg Ryan, Billy
Crystal, Carrie Fisher
É bem provável que você já tenha visto esta
comédia-romântica, mas, se ainda não viu, é o que deveria fazer agora. A
premissa de dois recém-formados que se odeiam e acabam se apaixonando um pelo
outro pode parecer muito clichê, mas a presença de Billy Crystal e Meg Ryan no
filme – que funcionam muito bem como um casal – já é uma razão fortíssima para
explicar por que tanta gente o elege como uma das comédias mais apaixonantes de
todas. Todavia, “When Harry Met Sally...” não é tão piegas quanto pode parecer,
tanto que sua cena mais conhecida é aquela em que Sally (Meg Ryan) finge um
orgasmo em um restaurante; aliás, esse restaurante existe de verdade e, na mesa
em que a cena foi gravada, colocou uma placa em que se lê: “Congratulations!
You're sitting where Harry met Sally” (“Parabéns! Você está sentado onde Harry
se encontrou com Sally”, em português).
Before Sunrise (1995) “Antes do Amanhecer”
Diretor: Richard Linklater
Elenco: Ethan Hawke, Julie Delpy
Antes de mais nada, é preciso que se diga que,
aqui, inclui-se não apenas “Before Sunrise”, mas “Before Sunset” (Antes do Pôr
do Sol) e “Before Midnight” (Antes da Meia-Noite); juntos, esta talvez seja uma
das mais encantadoras trilogias a tratar do amor. Porque, muito além das
discussões filosóficas que muitos enxergam nas obras de Linkater, a trilogia é,
basicamente, sobre amor em sua forma mais complexa e sobre a vida do
norte-americano Jesse (Ethan Hawke) e da francesa Celine (Julie Delpy), que, em
uma viagem de trem como qualquer outra, acabam tendo suas vidas e seu destino
entrelaçados. Uma das melhores sugestões para o dia de hoje.
Romeo + Juliet (1996) “Romeu + Julieta”
Direção: Baz Luhrmann
Elenco: Leonardo DiCaprio,
Claire Danes, John Leguizamo
De todos os selecionados da lista, “Romeo +
Juliet” é que mais dispensa apresentações. A história clássica de William
Shakespeare permeia o imaginário de pessoas ao redor de todo mundo e, apesar de
não serem tantos os que conhecem o drama em detalhes, não é segredo para
ninguém o desfecho trágico do romance entre o jovem casal, pertencentes a
famílias rivais. Nesta versão – apenas uma entre muitas –, os Montéquio e os
Capuleto vivem em Verona Beach, nos dias atuais, o que traz um novo fôlego à
adaptação da maior obra do maior escritor de toda a literatura inglesa.
Destaque para a trilha sonora, que conta com bandas bastante atuais, como
Radiohead e Garbage.
10 Things I Hate About You (1999) “10 Coisas
que Eu Odeio em Você”
Diretor: Gil Junger
Elenco: Heath Ledger, Julia Stiles, Joseph
Gordon-Levitt
Quando falamos em Heath Ledger, talvez este não
seja o primeiro filme dele que lhe venha à cabeça, nem o segundo, mas, dentre
todos os trabalhos do ator, “10 Things I Hate About You” é, de longe, um dos
mais divertidos – e um dos mais reprisados na TV. Além da chance de ver o
eterno “Coringa” em uma performance romântica e empolgante – com direito a um
cover de “Can’t Take My Eyes off You”, de Frankie Valli –, ainda temos uma
sarcástica e decidida Julia Stiles, que tem outras prioridades antes de se
envolver com garotos. Como bônus, a produção ainda traz Joseph Gordon-Levitt,
que, na época, tinha apenas 18 anos. O filme, que teve uma excelente
repercussão, também é baseado, tal qual o anterior, em um livro de Shakespeare:
“A Megera Domada”.
Punch-Drunk Love (2002) “Embriagado de Amor”
Diretor: Paul Thomas Anderson
Elenco: Adam Sandler, Emily Watson, Philip Seymour
Hoffman
O título em português não empolga muito; ter o
Adam Sandler entre os protagonistas, talvez também não. Entretanto, “Punch-Drunk
Love” não é uma comédia escrachada, mas um drama romântico com Adam em sua
melhor forma e participação especialíssima de Philip Seymour Hoffman, que
infelizmente nos deixou ano passado. A direção de Paul Thomas Anderson é
admirável e garantia de que esta não é apenas mais uma comédia romântica como
as outras. Um dos maiores trunfos do filme é conseguir captar as várias fases
de um confuso, inspirado e apaixonado Barry Egan (Adam Sandler).
Eternal Sunshine of the Spotless Mind (2004)
“Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças”
Diretor: Michel Gondry
Elenco: Jim Carrey, Kate Winslet, Tom Wilkinson
Para quem estava acostumado a ver Jim Carrey
apenas em papéis engraçados, certamente se surpreendeu com a performance do
ator neste que é um dos filmes mais bonitos dos últimos tempos. Jim interpreta
Joel Barish, um cara que, para esquecer Clementine Kruczynski (Kate Winslet) –
com quem se envolveu intensamente –, aceita se submeter a um procedimento de
“apagamento de memória”, depois de descobrir que a moça supostamente fez o
mesmo para esquecê-lo. Acho que não precisa muito mais para convencer de que,
se você ainda não viu este filme incrível, hoje é um ótimo dia para fazê-lo;
mesmo se, como Joel, você achar que o dia dos namorados é “um feriado inventado
pelas companhias de cartões festivos para fazer as pessoas se sentirem um lixo”.
50 First Dates (2004) “Como se Fosse a
Primeira Vez”
Direção: Peter Segal
Elenco: Adam Sandler, Drew
Barrymore, Rob Schneider
De todos os filmes aqui, este talvez seja o
mais despretensioso e, por que não, o mais engraçado. Até quem não é fã do Adam
Sandler tem que admitir que “50 First Dates” pode ser “água-com-açúcar”, mas
nem por isso deixa de fazer você rir e se emocionar bastante com a história de
Lucy Whitmore (Drew Barrymore), cuja memória dura apenas um dia, até que ela
dorme e todas as suas lembranças dos últimos anos são apagadas. O problema é
que Henry (Adam Sandler) se apaixonou por ela e, devido à condição de Lucy, precisa
conquistá-la dia após dia novamente. O humor do filme pode não ser dos mais
apurados, mas ele certamente cumpre a missão a que se propõe. E, para não haver
dúvidas de que este filme merecia estar na lista, é só lembrar que ele tem The
Beach Boys na trilha sonora, com o contagiante sucesso “Wouldn’t It Be Nice”.
Wall-E (2008) “Wall-E”
Diretor: Andrew Stanton
Elenco: Bem Curtt, Elissa
Knight, Jeff Garlin (vozes)
Para quem nunca assistiu “Wall-E”, pode
parecer estranho ver uma animação na lista; quem já viu, no entanto, sabe que
não é preciso atores de verdade para fazer emocionar. Desde “Toy Story” e ao
longo dos anos, o estúdio Pixar foi aprimorando cada vez mais sua habilidade de
tornar humanos personagens como brinquedos, animais e carros, encontrando a
chave para provocar a empatia dos espectadores. “Wall-E”, provavelmente, é o
mais emblemático exemplo disso, já que durante toda primeira metade do filme
não há falas, apenas os “bips” emitidos pelo simpático robozinho, que foi
deixado na Terra com a missão de limpar toda a gerada deixada pelos humanos antes de abandonarem o planeta.
As melhores cenas, porém, acontecem depois que ele encontra Eve, uma robô
aparentemente insensível aos sentimentos do desajeitado Wall-E. Entretanto, aos
poucos a amizade deles vai crescendo e se transforma em uma das mais tocantes
histórias de amor robótico do cinema.
Blue Valentine (2010) “Namorados Para Sempre”
Diretor: Derek Cianfrance
Elenco: Ryan Gosling, Michelle Williams, John Doman
Para
fechar o post com estilo, um drama profundo sobre o relacionamento de Dean
(Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams), que começa a se desgastar. O enredo
se desenvolve, então, mostrando os dilemas do casal e os sentimentos de cada um
em relação ao casamento. Tristemente, o casamento de Michelle teve fim no
período de gravações: seu cônjuge na vida real era Heath Ledger, que faleceu em
2008; por conta disso, a produção foi suspensa e retomada algum tempo depois.
“Blue Valentine”, cujo roteiro chegou a ser premiado, é ao mesmo tempo uma obra
delicada e que te faz refletir.
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