sexta-feira, 20 de junho de 2014

Transcendence - A Revolução






ALERTA DE SPOILER



A história do filme conta como o Dr. Will Caster (Johnny Depp) - um dos maiores especialistas sobre os estudos da inteligência artificial - passa a se "tornar" uma espécie de I.A. Após uma palestra sobre como sua nova descoberta científica poderia ajudar na cura do câncer e até mesmo curar por completo o mal de Alzheimer - e fazer uma leve crítica à religião - Will é baleado por um grupo anti-tecnologia ou até mesmo anti-cura para todas as doenças e acaba morrendo semanas depois (numa cena que pode ser facilmente comparada à de Batman Begins). Com a ajuda de sua esposa Evelyn (Rebecca Hall) e de seu amigo Max Waters (Paul Bettany), a mente do Dr. Caster é transportada para um computador, chamado PINN. A partir daí, a história se desenvolve com o "novo doutor Caster" se aperfeiçoando dentro do computador, podendo até atingir todos os aparelhos eletrônicos do planeta de uma só vez, e "ajudando" pessoas com suas imperfeições e salvando suas vidas. As aspas foram usadas devido à atitude de Will após tê-los ajudado. Ele entra na mente da pessoa e pode controlá-la a vontade.



Transcendence tinha tudo para ser um excelente filme de ficção científica, mas falha em alguns aspectos. As atuações variam de boas para medianas. Johnny Depp consegue se transformar mais uma vez em um personagem completamente diferente de outros que já havia interpretado. Não apenas sua aparência, como sua voz e seu estilo mudam - só lembrar do tímido Edward e do bêbado Capitão Jack Sparrow -, interpretando dessa vez um cientista com uma aparência cansada e uma voz que faz lembrar a de alguém que realmente passou o dia inteiro estudando. Além disso, sua voz - mais uma vez - enquanto ele está com sua mente dentro da I.A., nos faz lembrar aquela de HAL 9000 em 2001: Uma Odisséia no Espaço - quase como a de alguém sem expressões, literalmente uma máquina. Já Rebecca Hall, às vezes parece não ter muitas emoções para certas situações - a morte de seu marido - mas no restante do filme, ela acerta, como por exemplo quando ela reencontra seu marido pela tela do computador, ou quando se mostra angustiada com a perseguição de Will. 



O filme só teve duas coisas ruins: a fácil solução para todos os problemas e o tempo de duração. Falando do primeiro tópico, os problemas que eram mostrados no filme tinham uma solução na ponta da língua e extremamente fácil, ninguém discordava por mais de uma discussão. Por exemplo, para deter o doutor Caster de acabar com toda a vida orgânica do planeta, era simplesmente desligar a internet de todas as pessoas da terra. Claro, isso é completamente fácil e não haveria nenhuma catástrofe nisso - o que nos é mostrado no final não serve como catástrofe. Ou realmente teve algum tipo de desespero e não foi mostrado. Partindo para o segundo tópico, o filme teve quase duas horas de duração, mas poderia ter mais. Ele acabou se tornando algo corrido, dando a impressão de que o foco foi grande em algumas cenas, e mais para o final teve que fazer tudo de uma vez.

Por mais que o objetivo do filme fosse centralizar na vida que Evelyn passou a ter com os novos objetivos de Will, dá para sentir falta da participação de Morgan Freeman. A atuação não foi ruim, de forma alguma, mas em certos momentos, o telespectador se esquece do ator até o final do filme. 



Apesar dos poucos erros, Transcendence - A Revolução é uma boa obra de ficção científica. Mesmo que a história da inteligência artificial não seja das mais originais, ela foi abordada de uma forma original. Até o final do filme, não sabemos se o personagem vivido por Johnny Depp acaba se tornando "mau" ou não. 

Wally Pfister, o vencedor do Oscar de melhor fotografia em 2011 por Inception (A Origem) - também tendo trabalhado em quase todos os filmes do Christopher Nolan como diretor de fotografia - dessa vez trabalha como diretor em Transcendence. Além de Johnny Depp e Rebecca Hall, o filme que estreou nessa quinta feira (19) no cinemas, conta com Morgan Freeman e Cillian Murphy, que já trabalharam com Nolan em filmes anteriores.

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